A inadimplência no Brasil em 2025 é um tema de constante monitoramento e preocupação, tanto para consumidores quanto para empresas e instituições financeiras. As projeções e os dados recentes apontam para um cenário desafiador, com alguns indicadores de alta e outros de estabilização ou leve melhora em certos aspectos.
Cenário Geral e Projeções:
- Piora da Inadimplência: A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) projeta uma ligeira piora na taxa de inadimplência da carteira livre, com expectativa de 4,7% para 2025, um aumento em relação aos 4,5% esperados para 2024.
- Juros Altos: Os juros altos são apontados como uma das principais causas da inadimplência no Brasil, impactando o orçamento familiar e a capacidade de consumo e investimento. O ciclo de aperto monetário iniciado em 2024 pode ter reflexos no cenário de inadimplência em 2025.
- Endividamento Familiar: O endividamento de famílias e empresas está elevado. Embora a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC aponte que o endividamento esteja recuando, ele ainda abrange uma parcela maior da renda, o que impacta diretamente na inadimplência.
- Cautela dos Bancos: Bancos devem manter uma postura mais cautelosa na concessão de crédito em 2025, priorizando operações com garantia e menor nível de risco para preservar a qualidade dos ativos.

- Inadimplência de Consumidores: Em abril de 2025, o número de inadimplentes atingiu um recorde histórico de 70,29 milhões de consumidores, segundo a CNDL/SPC Brasil. O número de dívidas em atraso no Brasil cresceu 8,75% em abril de 2025 em relação a abril de 2024. A média de dívidas por negativado é de R$ 4.689,54, para 2,18 empresas credoras.
- Inadimplência de Empresas: A inadimplência das empresas também bateu recorde em março de 2025, atingindo 7,3 milhões, o maior patamar desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian.
- Inadimplência Recorrente: A reincidência de inadimplência é alta, atingindo 84,69% dos consumidores que atrasaram pagamentos em janeiro de 2025, segundo CNDL e SPC Brasil. A maioria volta a ficar inadimplente em menos de um ano após quitar uma dívida, impulsionada por juros e inflação.
- Inflação: As projeções de inflação para 2025 foram revistas para cima, indicando alta de 4,4% do IPCA e 4,2% do INPC, o que pressiona o orçamento familiar e contribui para a inadimplência.
- Dólar Alto: O dólar em patamar elevado também contribui para pressões inflacionárias, afetando principalmente alimentos e serviços.
- Mercado de Trabalho: Apesar da baixa taxa de desemprego, a "armadilha da renda média" (salários baixos) limita a capacidade de consumo e contribui para a inadimplência.
- Crédito: A previsão para a alta do crédito em 2025 caiu para 9%, indicando uma acomodação no ritmo de crescimento, principalmente no crédito com recursos livres.